sábado, 18 de fevereiro de 2017

MORTE E IMORTALIDADE

Na unidade entre o indivíduo e seus parentes, todos os pensamentos da morte se encontram do mesmo modo. Para os Homens do Norte, um nome, uma reputação era o bastante para remover a amargura da morte, porque fama depois da morte era uma vida real, uma vida na felicidade e na honra dos parentes.
O gado morre, os parentes morrem,
Cada homem é mortal,
Porém existe uma coisa que nunca morre,
A glória de um grande morto.

Hávamál – verso – 77.
A idéia de entrar no palácio de Wotan após a morte é bem sustentada por evidências da literatura. Aqueles que morriam a serviço do deus, através de uma morte violenta em batalha ou sacrifício, ganhavam a entrada em seu reino. Esse conceito é vigorosamente expressado na canção da morte de Ragnar Loðbrók, provavelmente composta não antes do séc. XII em sua presente forma, mas possivelmente baseada em uma canção de morte contendo material pagão. O fim do poema expressa uma crença feroz, exultante na aproximação do herói ao palácio de Wotan, onde ele será recepcionado com festa e hospitalidade porque morreu sem medo:
Alegra-me saber que o pai de Baldur preparou bancos para o banquete. Logo estaremos bebendo cerveja nos chifres. O campeão que vier à morada de Odin não lamenta a própria morte. Não entrarei em seu palácio com palavras de medo nos lábios.

"Aos Esen me darão as boas vindas. A morte vem sem lamentação...
Parto ansioso. Os Dísirs me chamam para casa, aquele que Wotan envia até mim do palácio do senhor das Hostes. Alegremente, beberei cerveja no assento de honra dos Esirs. Os dias de minha vida acabaram. Eu morro sorrindo."

A versão da morte de Ragnar não é de uma morte em batalha. Ele teria sido feito prisioneiro, morrendo num ninho de serpentes. O tom de puro prazer desta passagem também pode ser observado, por exemplo, na consumação por fogo de um chefe no rio Volga, e é ainda mais convincente por ser contado por um estrangeiro, uma testemunha árabe, que assistiu a cremação e registrou as palavras de um homem ao seu lado:
“Nós os queimamos num piscar de olhos e eles entram no paraíso no mesmo instante.” Então ele riu e disse: “Por amor a ele, seu senhor enviou o vento para levá-lo”.
Fonte:
Vilhelm Grönbech, Professor of the History of Religion
In the University of Copenhagen, Humphrey Milford Oxford University Press
London, Jespersen Og Pios Forlag 22 Valkendorfsgade Copenhagen, Translated Into English From Vor folkeæt i oldtiden I-IV By W. Worster 1931.
Gods and Myths of Northern Europe, 1964, H. R. Ellis Davidson, Pelican Brooks.
Irmandade Odinista do Sagrado Fogo

Visigoth Heathinu

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